Patologia

Perturbações Específicas da Aprendizagem

O diagnóstico de Perturbação Específica da Aprendizagem (DSM-5, American Psychiatric Association, Maio de 2013), correspondente às antigas e inapropriadas designações de Dislexia, Disgrafia e Discalculia, só deverá ser formulado quando é possível demonstrar-se que há uma discrepância específica (isto é, predominantemente em determinada área) entre as capacidades cognitivas do sujeito, mormente verbais, e as capacidades de aprendizagem da leitura, da escrita e da matemática.

Por outras palavras, e com o DSM-5, de uma criança com determinado desenvolvimento cognitivo (que, de um ponto de vista do neurodesenvolvimento, poderá ser inferior ou superior à mediana da população), esperaríamos uma muito melhor aprendizagem académica. Assim, as dificuldades específicas de aprendizagem não são atribuíveis a incapacidades intelectuais, mormente a uma Perturbação do Desenvolvimento Intelectual, e afetam, por conseguinte, sujeitos que demonstram níveis convencionais de funcionamento intelectual.

Muitos dos défices de processamento cognitivo encontrados na Perturbação Específica da Aprendizagem são, também, identificados noutras perturbações do neurodesenvolvimento (por exemplo, Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção, Perturbações do Espectro do Autismo, Perturbações da Comunicação, Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação Motora, Défice na Atenção, no Controlo Motor e Percepção), razão por que a avaliação dos défices de processamento cognitivo não é requerida para a avaliação diagnóstica (a determinação do quociente de Inteligência deixou de ser relevante neste particular). A Perturbação Específica da Aprendizagem pode, mesmo, ocorrer em sujeitos cognitivamente bem dotados.

Em resumo, é com base numa função neurodesenvolvimental específica (neste caso a aprendizagem académica, mas, noutras situações, a linguagem ou a coordenação motora, geradoras, respetivamente, de um quadro de Perturbação da Linguagem ou de um quadro de uma Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação Motora) desproporcionalmente inferior ao desenvolvimento cognitivo, que se poderá evocar o diagnóstico de uma Perturbação Específica da Aprendizagem.

Fonte: diferenças.net