Construir o Seu Retalho

Um convite para experimentar, criar e se descobrir como fazedor neste universo do fazer manual. Como é importante olhar e perceber como o nosso caminho foi tecido e costurado até este momento.

Vamos dividir a atividade em 6 sessões:

1ª sessão: Refletir como o ato de "construir seu retalho", remontando uma VIVENCIA importante da vida. Num dos exercícios de parar e olhar para as decisões que tomou na vida, em forma de linha do tempo, quantas coisas descobriu. Descobrir que algumas das principais decisões foram pautadas em valores absolutamente inegociáveis como liberdade, respeito, honestidade, humildade, empatia, justiça, entre outros.

2ª sessão: O ato de criar leva-nos à exploração dos diversos materiais de trabalho que funcionam como estímulos sensoriais que, por sua vez, nos remetem a lembranças afetivas. Essas memórias nos fazem entrar em contato com a nossa história, experiências e sentimentos íntimos, despertando a função criadora e favorecendo o aparecimento de imagens a interação e o diálogo com material é extremamente importante para a escolha da cor e formato da base, nas estampados dos retalhos, nas cores da linha para bordado para o crochet com 25 centímetros cada, vão compor a manta de retalhos.

A partir do segunda sessão de encontros dedicamos as sessões às fases da vida, que achamos por bem dividi-las em infância, adolescência, juventude e maturidade e momento atual, sendo atribuída a cada uma palavra que sintetize o processo. Este ato, aparentemente, tão simples traz uma identidade ao momento vivido. A palavra é o dom divino é o que diferencia o ser como humano e fazer uso dela fixa as sensações vivenciadas.

É uma atividade que apela ao convívio e ao conhecimento entre vizinhos, fortalecendo o sentido de comunidade.

No final temos como objetivo criar um espaço de lazer junto das arvores do Ciap não iremos vestir as arvores com a nossa manta mas cobrir com cor todo o espaço envolvente.

Esta proposta tem como inspiração no filme How To Make An American Quilt de 1995 que narra as experiências de vida de um grupo de mulheres maduras, que costumam reunir-se a cada ano para confecionar uma colcha de retalhos. Cada uma delas borda um pedaço de pano que é algo relacionado com o sentimento de cada uma delas, no final elas unem todos os pedaços formando uma linda colcha artesanal, mostrando através desses bordados o momento em que elas foram realmente felizes. Todas essas histórias foram objetos de estudo de tese da mestranda Finn uma jovem, que se encontra dividida entre casar-se com o homem que ama e sua liberdade. Naquele ano em que ela está prestes a se casar com Sam, resolve passar três meses na casa de suas tias Jaci e Gladi (sua avó e tia avó), em uma cidade mais calma. Na casa o grupo de mulheres confeciona uma colcha para presenteá-la, e o tema escolhido por todas elas é “onde mora o amor”. No decorrer do filme, Finn fica conhecendo as histórias e segredos de cada uma daquelas senhoras, e isto serve para que ela vá, aos poucos, refletindo sobre o que realmente quer de sua vida.

No início do filme pode-se observar uma cena, que foca o desenrolar de um carretel de linha, fazendo uma comparação entre este procedimento e a vida do ser humano: a vida se desenrola aos poucos, numa sequência, exatamente da mesma forma que o rolo de linha. O filme todo é uma alegoria.